Valle de la Luna, paisagem única

Muita areia, gelo, sal, vento, frio, calor e alguns milhares de anos esculpiram o Valle de la Luna, que ganhou esse nome pela paisagem única que se encontra lá. O lugar, como é de se esperar, parece com a lua – não que eu já tenha ido pra lá, mas alguns filmes foram gravados ali, pela semelhança existente.
Os passeios comuns saem por volta das 4 da tarde para lá. Existem outras opções pela manhã que incluem yoga e meditação ou outras alternativas digamos… alternativas. O Valle de la Luna não fica longe de San Pedro e uma opção é alugar uma bike e ir pedalando (mas lembre-se que esse é o deserto mais seco do mundo, há mais de 2 mil metros. O caminho é plano em sua maioria, mas certifique-se que suas condições físicas permitem fazer esse trajeto. Volte antes de escurecer!).
Pelo estilo de passeio e pela proximidade, os grupos geralmente são grandes. Eles saem em vans ou ônibus de cerca de 30 pessoas. Isso o torna uma opção muito barata para as agências, que usam esse passeio como moeda de barganha. “Se você fechar 2 passeios comigo, ganha o tour para o Valle de la Luna de graça”. Não é muito difícil conseguir esse tipo de negociação por lá.
Depois de me encontrar com as outras 30 pessoas que iriam no mesmo ônibus que eu, seguimos rumo ao nosso destino. A primeira parada foras as 3 marias, uma formação esculpida pelo tempo que tem a forma de Maria em 3 posições diferentes – rezando, segurando um bebê e a terceira não é mais possível identificar, pois foi quebrada por um turista que tentou escalá-la há alguns anos. A guia não quis dizer sua nacionalidade. De qualquer forma, é preciso muita imaginação para conseguir enxergar essas formas. Diz ela que antes era mais fácil de ver, mas o tempo continua esculpindo a formação, tirando sua forma “original” de Marias.
Depois, uma rápida caminhada em um dos caminhos que tem por lá, onde é possível ver outras formações e usar a criatividade. Uma grande duna de areia,a Duna Mayor, chama atenção por praticamente não se mover com o vento. Este, um alívio para o calor intenso que faz por lá.
Cerca de uma hora é tempo suficiente para subir ao mirador, ter uma visão privilegiada dessa área do Valle de la Luna e voltar. É uma subida fácil, apesar de ser na areia e com muito calor. Ainda é possível subir mais, entre as pedras e um vento forte. É preciso um pouco de equilíbrio, mas é um caminho acessível.
De volta ao ônibus, uma visita ao Valle de la Muerte. Na verdade, não descemos até o vale, mas o avistamos de cima. O nome pode assustar, mas o local foi nomeado assim por ser um lugar em que não existe vida. Os ventos lá são bem fortes, peguei perto dos 50 km/h. Não vá com chapéus, bonés ou qualquer coisa que possa voar, ou certamente irá perder.
A última parada do passeio é para ver o por do sol. Acredito que o lugar varia com a época do ano, pois quando fui no inverno foi em um local diferente. Independente de onde for, o por do sol no deserto é inesquecível. É uma hora mágica – golden hour – em que o céu fica colorido, com tons de azul, rosa e lilás, e as montanhas adquirem uma cor alaranjada.
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