Love Land, o parque erótico na Coréia do Sul

* Proibido para menores de 18 anos*
A Coréia do Sul é um país bem conservador quando o assunto é relacionamento. Além de terem uma cultura mais fechada entre eles (namoros e casamentos entre coreanos e ocidentais, no geral, não são muito frequentes. Há alguns anos, inclusive entre coreanos de clãs diferentes era mal visto), demonstrações públicas de afeto não são nada comuns e geram constrangimento. Sexo então, é tabu.
Estava conversando com um coreano esses dias e ele disse não entender porque casais se abraçavam e se beijavam no meio da rua. Um verdadeiro choque para alguém que cresceu em uma cultura mais “quadrada” e vem passar um tempo rodando pela América Latina. E em alguns países a coisa pega fogo no banco da praça mesmo, até eu achei um pouco demais.
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Depois da foto que causou uma certa polêmica no instagram, resolvi escrever esse post para esclarecer dúvidas ou imagens erradas que possam ter ficado. Olha a tal foto aí embaixo.
Você deve estar se perguntando como um país tão conservador quando o assunto é sexo tem uma escultura dessas? Foi exatamente por ter essa curiosidade que fui conhecer o Love Land quando estive em Jeju-do, uma ilha na Coréia do Sul.

Antes de mais nada, é importante dar um contexto histórico. A cultura do casamento arranjado, aquele em que os pais escolhem com quem os filhos vão se casar, é comum no país. Cada vez menos praticada, podemos dizer, mas ainda existe.
Depois da guerra entre Coréia do Sul e do Norte (1950 – 1953), a ilha de Jeju se tornou um destino popular para lua de mel. Até hoje, o local é conhecido como ilha do amor e atrai centenas de recém-casados celebrando essa nova etapa de suas vidas. Curiosidade: uma forma de demonstrar que são um casal apaixonado (já que afetos públicos não acontecem) é pela roupa, seja uma camiseta igual ou maiô e bermuda de praia com a mesma estampa.
Juntando as peças – casamentos arranjados e destino de lua de mel -, foi criado o Love Land com essas esculturas eróticas, no início dos anos 2000. Veja que é algo bem recente. A proposta é exatamente estimular os casais que, além de todo esse contexto cultural enraizado, tinham pouca intimidade entre si por se casarem por escolha dos pais.




É também uma forma de tentar deixar o assunto um pouco mais natural entre os coreanos, de quebrar o tabu, de torná-lo mais prazeroso (literalmente) e de ver a sexualidade com outros olhos. São cerca de 140 esculturas espalhadas pelo local com casais (ou trios) em diferentes posições, maquetes e bonecos, formas fálicas até animais entraram na dança. Há também espaços com mostruários de vibradores.




Se sexo é ainda tabu, como comentar sobre homossexualismo? Gays parecem não ser muito bem aceitos por lá, pelo menos é o que uma das sinalizações do parque deixa a entender.
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1 hora é suficiente para conhecer o Love Land. Acho que não preciso dizer que a entrada de menores de 18 anos é proibida, né? Há uma área de recreação para deixar as crianças enquanto os adultos conhecem o parque.
Acho que vale dizer que nós, brasileiros, temos uma visão um tanto quanto suja e pervertida quando esse é o assunto. Não é difícil encontrar formas fálicas e eretas em templos, museus e monumentos pela Ásia. Lá do outro lado do mundo a conotação vai no sentido de manutenção do nome da família e de fertilidade e não tanto no da sacanagem e erotismo. Outra cultura, outra forma de enxergar.
É uma visita, no mínimo, interessante. E mais um, entre tantos exemplos, de como viagens podem expandir nossa percepção de mundo, quebrar barreiras, preconceitos e mudar a forma como vemos tantas coisas. A foto no instagram que foi sem grandes explicações pode ter chocado um pouco, mas acredito que agora tudo passa a fazer um pouco mais de sentido. Ou não?


Jeju Love Land
Endereço: 2894-72, Cheonbaengi-ro, Jeju-si, Jeju-do
Informações: www.jejuloveland.com/eng.html
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24 Comments
Pati, que post interessante! Tinha visto essa foto no Instagram e adorei conhecer a história 😀
Que bom que gostou, Sonia! =]
Só joguei a foto no IG, sem grandes explicações. Da próxima vez vou deixar mais completo. hahah
Nossa, muito interessante! Quando comecei a ler tive a mesma pergunta que você “como um país tão conservador tem esculturas assim?” . Excelente texto! Parabéns =*
Keul
Obrigada, Keul! =]
Interessantíssimo esse lugar, hein, Patricia?! Fiquei curiosa pra conhecer ao vivo! No mínimo surreal!
Daqueles lugares que vc não acredita que existem mesmo, né Ale?
Vale a visita sim!
Ola Patricia,
Que diferente, não sabia desse parque e ainda mais no país em questão.
Obrigada por compartilhar.
bjos
Thais
Muito diferente, né? =]
Gentchy, que coisa esse parque! Adorei! haha
Realmente muito curioso mesmo ele existir num país onde sexo ainda é tabu. Muito interessante, obrigada por compartilhar.
PS: amei teu blog, tua vibe, tua escrita! 🙂
Um beijo
É muito legal ver iniciativas para quebrar tabus assim, né?Principalmente quando são assuntos que fazem parte da vida e deveriam ser mais naturais.
Adorei seu comentário, Laura! =]
Já tinha ouvido falar dessa parque, mas suas fotos e descricão foram bem legais para ilustrar.
Aposto que depois da visitinha a esse parque, algumas ideias interessantes são usadas ao voltar para o hotel, né? kkkk …
Abs
hahahahaha…
Se serviu de inspiração, atingiu o objetivo!
Wow que lugar original! rsrs. Adorei a dica. Adoraria conhecer a Coréia de Sul, só passei de conexão pelo aeroporto. Abraços, Lala Rebelo
Então já tem um motivo para conhecer o país! hahaha
Bem, este parque tem um tema transversal ao ser humano e nesse aspecto é super interessante! É original e diferente! Obrigado pela partilha.
=]
É sempre bom conhecer lugares originais e “fora da caixa”, né?
Nossa, que lugar mais inusitado, nunca pensei em um parque erótico na Coreia! Apesar do conteudo, algumas estatuas são um pouco engraçadas!
Se um dia eu for la, com certeza iria conhecer!
ahahahha… tem uma série de estátuas com uma gordinha enorme e um cara bem mirradinho que parece tentar fugir dela e não consegue. Acabei não colocando fotos deles, mas esse tem um lado engraçado bem forte.
Vale conhecer sim!
Patricia, interessantíssimo o post! Não só pelo museu em si, mas sobre mudar a nossa percepção.
Quando comecei a ler, não acreditei que se tratava da Coreia do Sul!
Beijos!
Eu adoro lugares e situações em viagens que dão esse nó na nossa cabeça. A gente sempre aprende um pouquinho em cada lugar.
Com certeza bem diferente e quase nao acreditei ao saber o país! Realmente fiquei surpresa. Um abraço
Pois, é… o mundo sempre surpreende a gente!
Eita que post danadinho rsrs Nunca imaginaria um parque temático com esse tema na Coréia do Sul. Gostei bastante. Já quero conhecer! #)
hahahah… bota danadinho nisso!
Diferente e inusitado, né? Já tem programa para quando for para Jeju-do. =]