Quando estava planejando a viagem para Chapada dos Veadeiros todos que já conheciam o lugar me disseram para ir à Catarata dos Couros. Ela também apareceu em pesquisas que fiz em blogs de viagem. Ao chegar no hostel e perguntar para o pessoal que trabalhava lá quais eram os lugares mais recomendados, mais uma vez ela estava na lista. Era preciso ir.

A Catarata dos Couros fica na Chapada dos Veadeiros e a forma mais fácil de chegar é voar até Brasília, alugar um carro e seguir para Alto Paraíso ou São Jorge. Todas as dicas sobre a região estão no post Chapada dos Veadeiros – O que você precisa saber.

A primeira informação que você precisa saber é que o acesso até a Catarata dos Couros é grátis e não é dos mais fáceis. São 16 km de asfalto saindo de Alto Paraíso (de São Jorge são 52 km) e depois mais 35 km de terra. A entrada para a estrada de terra não tem sinalização se você vai sentido Brasília, então veja a quilometragem do carro ao sair da cidade para saber mais ou menos quando será a entrada da estrada de terra. Se você cruzar o Rio Tocantizinho é porque já passou a entrada há tempos e precisa retornar. No sentido contrário da estrada (Brasília – Alto Paraíso) tem uma placa com indicação da saída. Todas essas dicas são porque nós nos perdemos bastante para achar essa entrada e o ponto de referência que os locais nos deram foi que ao ver a montanha de pouso de disco voadores era para gente entrar na estrada de terra.

Superado o primeiro desafio de encontrar a entrada da estrada de terra, é preciso encarar seus 35 km. O caminho é cheio de bifurcações e curvas, praticamente não há sinalização e a condição da estrada não é das melhores. Em época de chuvas o acesso só é possível com veículos 4×4, já na seca um carro comum faz o trajeto com algum trabalho da suspensão.

Outra coisa que foi unânime nas minhas pesquisas, tanto nas online quanto conversando com pessoas que já foram para o lugar, é que o caminho de terra era complicado. A dona do hostel onde ficamos, o Buddys, é uma querida e tinha um mapa que salvou nossa vida nesse trecho (imagem abaixo). Vale dizer que esse mapa já tem algum tempo. A placa de indicação de entrada não existe mais e o mesmo vale para o pedágio MST. Fora esses dois itens, o mapa foi perfeito (fomos em julho/2015). Seguindo esse trajeto chegamos ao estacionamento, onde deixamos o carro. O resto do caminho é só a pé.

Uma placa indica o caminho de acesso à cachoeira. A primeira parte da trilha é bem demarcada e curta, são uns 15 ou 20 minutos de caminhada, boa parte de descida. Ao final desse trecho você verá, do lado direito, o Rio dos Couros, dois poços e uma pequena cachoeira, a da Muralha. Essa área é ótima para banho e para relaxar no sol (apenas na estação seca, na época de chuvas a paisagem é outra).

É preciso atravessar o rio para chegar nos poços. Há um trecho em que ele é mais tranquilo e não é profundo, basta tirar os sapatos e caminhar na água. Algumas pedras são instáveis e outras escorregadias, portanto tome cuidado nessa travessia.

Se, ao final da trilha que vem do estacionamento, você for para a esquerda e seguir o fluxo do Rio dos Couros vai chegar no topo da cachoeira maior. A vista de lá é fantástica, mas fica melhor ainda se descer por uma trilha para vê-la por baixo. Essa trilha é fechada e cheia de pedras e descidas, não há um único caminho, mas não tem muito como errar. Ainda é possível continuar a caminhada e descer mais, por outra trilha, até as margens do rio que fica mais estreito depois de outra queda d’água.

Considere para o passeio:

• As fotos e relatos são para a época seca (de abril a outubro). Na época de chuvas as condições mudam bastante.

• Verifique a previsão do tempo e a condição da estrada de terra antes de ir. Se choveu nos dias anteriores a chance do carro atolar é grande.

• O local não tem nenhuma estrutura, ou seja, não tem banheiro nem lanchonete. Leve água e comida para o dia. Em último caso, há dois restaurantes de comida caseira na última bifurcação da estrada de terra.

• Guia não é obrigatório e é tranquilo ir sem na época de seca. Na época de chuvas o volume do rio aumenta muito e é aconselhável saber quais são os locais apropriados para banho. As trilhas também ficam mais difíceis.