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Templos de Kyoto

Kyoto é uma metrópole a primeira vista, principalmente para quem chega por sua moderna estação central. Mas basta sair da avenida principal para fazer uma viagem no tempo e encontrar a história desse país milenar. No último post falei sobre as gueishas (ou geikos) de Kyoto.  Se você não leu, clique aqui e confira. Além dessas personagens que caminham pelas ruas da cidade e traduzem a riqueza da cultura japonesa, a capital cultural do país guarda também algumas centenas de templos budistas e santuários xintoístas que merecem uma visita. Nem preciso dizer que não dá para passar por todos eles, acho que seria preciso uma vida para fazer isso. São mais de 2 mil, cada um com sua bagagem. Procure saber um pouco sobre eles para entender a história do Japão.

Budismo e xintoísmo são as duas principais religiões do Japão, cada uma com suas características próprias, como eu expliquei no post de Miyajima, uma ilha sagrada mais ao sul do país. Em resumo, os templos budistas são representados por imagens de buda (obviamente) e pagodes (torres com vários andares e telhados). Já os santuários xintoístas, pelo toori (o portal japonês). Neste post falo apenas dos templos budistas.

O templo mais famoso do Japão está em Kyoto: Kinkaku-ji, ou o Pavilhão Dourado, considerado patrimônio cultural da humanidade pela UNESCO. São três andares de estilos diferentes, dois deles cobertos com folhas de ouro que refletem no lago que fica à sua frente. O que se vê hoje é, na verdade, uma réplica do templo original, que foi destruído em um incêndio. Não é permitido entrar no templo, mas não deixe de apreciar o jardim que fica em torno. É possível ver pinheiros que foram plantados pelo xógum há mais de 600 anos atrás.

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Não longe dali fica o Ryoan-ji, famoso por seu jardim de pedras. São 15 pedras repousadas sobre cascalho branco, com diversas interpretações e sem uma resposta certa, que só pode ser encontrada na filosofia zen. Uma delas é que as 15 pedras representam a perfeição, mas de qualquer ponto que se olhe, só é possível ver 14 delas, ou seja: não há perfeição, todos somos imperfeitos.

Do lado oposto da cidade fica o Ginkaku-ji, o Pavilhão de Prata, também patrimônio cultural da UNESCO. Imaginei que fosse um templo todo prateado, e deveria ser, mas uma guerra impediu que o acabamento fosse feito e de prata hoje ele leva apenas o nome. Construído em outra época do Kinkaku-ji (o dourado), ele representa a simplicidade e é considerado um dos templos mais belos de Kyoto. Na minha opinião, esse título é em função do seu jardim muito bem cuidado e cheio de detalhes.

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Saindo do Ginkaku-ji, faça o Caminho do Filósofo, um percurso de 1,5 km que acompanha um canal sinuoso. Há muitas lojinhas de artesanato no trajeto que merecem alguns minutinhos de atenção. Tente ir na primavera (especialmente no mês de abril), quando as sakuras (flor de cerejeira) desabrocham e deixam o lugar lindo! Nem todas as árvores estavam floridas quando eu fui, uma pena…

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O trajeto termina perto do Nanzen-ji, que é na verdade um complexo de 12 templos. Nem todos são abertos para visitação, mesmo assim é possível ver o Sanmon, um grande portal que fica logo na entrada, e um belo jardim para meditação. Um aqueduto que destoa da arquitetura também faz parte do complexo.

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Em uma região mais central fica o templo Kyomizu-dera, o segundo mais antigo de Kyoto, construído há mais de 1.200 anos. Seu pavilhão principal é bastante grande e foi todo construído com pilares e vigas de madeira encaixados, sem o uso de um único prego. Kyomizu quer dizer água pura e o local é famoso por sua fonte sagrada. Beber dessa água traz sorte e purificação. Outro ponto alto (literalmente) é seu terraço, que tem a melhor vista da cidade. Este templo também é patrimônio cultural da UNESCO.

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Esses são os templos de Kyoto que recomendo visita. Passeio por outros também como Nishi Hongan-ji e Sanjusangen-do. Existem uma infinidade de outros templos e se tiver mais tempo, aproveite! É importante dizer que a entrada em todos os templos é paga, nenhum absurdo de caro, mas de um em um ficam alguns ienes.